Entorpecer-me, aquecer-me junto a qualquer sabor.
Enxer meus ouvidos de barulhos indecifráveis. Aguçar os sentidos.
Num dia típico de inverno, dar espaço permanente à solidão.
Aprender, reaprender a viver só. Redecifrar meus códigos, reinventar a etiqueta.
Como num útero fértil, criar uma nova vida e nutri-la do meu melhor. De mim mesma.
Nascer de novo. Reviver.
Crer no inacreditável. Despir-me das velhas e tolas crenças.
Sentir o que há de novo. Abandonar os antigos sentidos. Cruzar a fronteira.
Tocar-me. Acariciar-me de novos devaneios. Sonhar outros planos. Planejar novos sonhos.
E realizá-los. Lutar para realizá-los.
Sozinha.
Por minhas próprias pernas.
Por meu próprio esforço.
Por amor próprio!