quarta-feira, fevereiro 13, 2008

NÃO

Se não doesse tanto o não, seria mais fácil de entender.
Mesmo que não pronunciado, mesmo que só na intenção.
Se não doesse tanto, seria mais fácil. Mesmo acreditando que o não já se tem.
Que é tudo o que se tem.
Quando se confirma, dói ainda mais. Mas dói mais ainda quando o sim vira não.
Quando se tem o sim, quando se é o sim, quando se vive o sim.
E quando o sim vira não, quando o sim chega ao fim, aí sim.
É a mais dolorida das dores do não, não?
Sim!

domingo, fevereiro 03, 2008

BLOCO

Fantasia-se de amor e sai
Segue o bloco, arrasta-se
Rasga-se, perde-se, mas vai
Acredita, delira, pede pra voltar
Mas não volta, porque é carnaval

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

RESPOSTA

Deita de barriga pra cima na cama.
Olha o teto, cheio de estrelas brilhantes.
Do lado esquerdo, a tevê reflete imagens borradas.
Uma música desconhecida, ou conhecida, não se sabe.
Gostaria que a letra não fosse tão triste.
Ou que não tivesse um final tão triste.
Mas agora está na moda extirpar o "felizes para sempre".
Seria mais fácil se ele dissesse que as tais lágrimas o fizeram desistir. Que reclinou por causa do riso.
Que ele foi embora, pro tal do lugar, mas que descobriu que na verdade, o lugar dele era ali também.
Deitado de barriga pra cima, vendo estrelas brilhates no teto.
Na verdade, ele ainda vai chorar muito. Porque não foi tudo dele que ele levou pro lado de lá.
Ficaram pra trás alguns pedaços.
E mesmo pedindo pra não pensar que ele foi por não amar,
Mesmo dizendo que pra vida dele seguir adiante é preciso ser maior,
Mesmo assim não dá pra acalmar a tormenta.
Alimentar-se é fácil. Assim como é fácil ser jogado no chão.
Pra que procurá-lo só na confusão?
Pra que dividir-se em outro alguém?
Pra que se perder?
Pra que a vida siga adiante?
Adeus você então.