Era como se todo o ar que existia naquela sala tivesse sumido.
As pessoas saudavam e brindavam o ano que chegava, felizes e esperançosas, enquanto ela chorava baixinho num canto mais escuro.
Ninguém se deu conta de seu choro ou cumprimentou-a nos primeiros 20 minutos do ano.
Sentia-se invisível, solitária, vazia.
Com toda a fé, desejava naquele momento estar longe de tudo aquilo, isolada, no alto de uma montanha, sentindo o vento no rosto, sem nenhum ruido, apenas contemplando as luzes que explodiam no céu.
E enquanto todos faziam suas promessas, ela desejava apenas continuar viva.
Prometeu a si mesma ser uma pessoa diferente, deixar de colocar sua felicidade sob a responsabilidade de outra pessoa.
E pediu também, concentrando-se como nunca outrora havia feito, mais amor.
Mais amor verdadeiro, mais amor altruísta, mais amor que respeita, que reconhece o valor do próximo.
Por fim, deitou-se na cama e adormeceu esperando que esse amor venha ao seu encontro. Seja nesse ano, no próximo, no próximo, no próximo...
3 comentários:
De chorar. Sei muito bem o que é sentir isso aí que tu escreveu Fabi.
Gosto da maneira como tu escreve, parece uma narração de livro, literalmente falando.
Que tristinho, senhorita. E quem era a moça solitária?
Beijo grande!
PS: Tô tentando me livrar da minha barriga também. As lentes da moça Flávia são cruéis!
O importante é nunca deixar de desejar! Escreva mais aqui Fá. Saudades!
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