Não sei se te peço muito, se te exijo muito, não sei.
Sinto-me como um barco a navegar em águas profundas, sem cais.
Eu só queria um porto pra atracar.
Aquela segurança que se tem de que, depois da tempestade, é certo que a calmaria virá.
Mas talvez não seja hora de eu descobrir o meu, o teu porto.
Quem sabe esse seja o momento de navegar às escuras, torcendo pra que você me apareça feito farol, ilumindando o que eu devo desviar.
Ou quem sabe essa seja a hora de soltar âncora e partir, para o horizonte, distante, onde nem a ti, nem a ninguém eu vá encontar.
Eu só queria que tu te comportasses como meu norte.
Não que eu queira que tu sejas meu objetivo final.
Com todas as cartas marítimas que recebi, estou certa de que não devo confiar minha rota à nenhum outro capitão que não eu mesmo.
Mas eu queria muito que teu barco seguisse junto ao meu, lado a lado, crescendo e compartilhando as argruras do trajeto.
E te confesso que meu maior medo, é me ver naufragar agora, enquanto eu torço pra que alcancemos a terra firme.
Eu só te peço, nobre marujo, que não me deixes esperando.
Que não me faças teu engano, procurando em mim outra boca, outros corpos.
Eu só te peço que, se fores meu, que o seja cem por cento, que o sejas integral.
E eu só espero, que tu verdadeiramente sejas minha ilha, onde eu aporte esse coração marejado e não ache caminhos pra voltar.
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